Título: Amigo de Chávez, Correa promete revolução social
Autor: Lameirinhas, Roberto
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/11/2006, Internacional, p. A26

Até pouco tempo atrás um desconhecido professor universitário de economia, Rafael Correa, de 43 anos, disputa a presidência hoje depois de um breve e controvertido período atuando como ministro da Economia, em 2005. Prometendo uma revolução social para os pobres, Correa mantém estreita amizade com o presidente venezuelano, Hugo Chávez. Provocou nervosismo em Wall Street ao prometer que limitará os pagamentos da dívida e renegociará contratos de petróleo com outros países.

Correa conduziu sua campanha como um 'outsider' político e chicoteou o ar com seu cinto para enfatizar a derrota que desejava infligir aos partidos tradicionais, que muitos consideram corruptos e incapazes. Após o segundo lugar no primeiro turno, ficou mais moderado, passando para o centro.

Figura carismática, casado com uma belga e pai de três filhos, fala francês, inglês e um pouco da língua indígena quíchua. Doutorou-se na Universidade de Illinois, EUA, onde um professor o qualificou como consciente das desigualdades latino-americanas e descrente das reformas conduzidas pelo mercado. Foi voluntário por um ano num vilarejo agrícola indígena nas montanhas dos Andes.

Economia: auditoria da dívida externa pública e privada; criação de um Tribunal Internacional para verificar contratação e destino de créditos; renegociação total dos contratos petrolíferos com companhias estrangeiras; autonomia dos governos locais. Não é partidário de um tratado de livre comércio com os EUA e questiona a dolarização, embora garanta sua vigência durante seu mandato.

Política: convocação de Assembléia Constituinte para reduzir o poder do Congresso.