Título: Para Itamaraty, não houve interferência
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Fonte: O Estado de São Paulo, 15/11/2006, Nacional, p. A4

Na avaliação do Itamaraty, em nenhum momento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de ato político na Venezuela nem fez campanha para Hugo Chávez. Para a diplomacia brasileira, o fato de Lula ter pedido votos para Chávez não configura interferência indevida porque ele não estava lá em campanha política, mas participando de uma inauguração. O Palácio do Planalto preferiu não comentar as críticas do diretor do Conselho Eleitoral venezuelano, Vicente Díaz.

Parece difícil que a reação das autoridades venezuelanas promova uma mudança de atitude em Lula. A declaração de apoio a Chávez, feita por Lula em Ciudad Guayana, não foi sua primeira manifestação de simpatia por candidatos presidenciais de países vizinhos. Em outras ocasiões, porém, o presidente brasileiro preferiu agir de forma mais discreta.

No fim do ano passado, por exemplo, indicou a preferência pela eleição do líder cocaleiro Evo Morales para comandar a Bolívia, resultado que acabou se consumando nas urnas. Durante a campanha eleitoral boliviana, Lula abriu as portas do Planalto para visitas tanto de Evo Morales quanto de seu principal adversário, o empresário Samuel Medina. J.D.