Título: Para Jaques Wagner, pouco vai mudar no futuro ministério
Autor: Olveira, Clarissa
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/11/2006, Nacional, p. A5

O governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou ontem que não aposta em mudanças drásticas na Esplanada dos Ministérios no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de reconhecer que o presidente tem manifestado a vontade de fortalecer sua base aliada, ele ressaltou que sua aposta é de que será mantida uma estrutura semelhante à atual. Cargos de confiança, segundo ele, tendem a continuar nas mãos dos atuais titulares, enquanto pastas ocupadas por ministros 'interinos' tendem a passar por uma revisão.

'Eu não acho que vai haver grandes mudanças nos ministérios', disse Wagner, que ontem à tarde gravou uma entrevista para o Programa do Jô. Na saída, o governador eleito arriscou inclusive palpites sobre quem fica e quem sai. A lista dos que permanecem no posto, em sua avaliação, inclui nomes como Dilma Rousseff (Casa Civil), Paulo Bernardo (Planejamento), Guido Mantega (Fazenda), Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência), Tarso Genro (Relações Institucionais) e Walfrido dos Mares Guia (Turismo). Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), segundo ele, também tende a ficar, se assim o desejar. 'Foi este time que conduziu à vitória', disse Wagner, em referência à reeleição de Lula.

Ele admitiu que uma das exceções poderá ficar por conta do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que manifestou interesse em sair.

Os que, segundo Wagner, devem deixar a Esplanada são os que assumiram quando o titular da pasta deixou o posto. Ele citou o exemplo da pasta da Saúde, hoje ocupada por Agenor Álvares.

Wagner disse não acreditar que Lula queira reduzir especificamente a presença do PT no governo. Mesmo assim, ele admitiu que isso pode ocorrer em função do desejo do presidente de consolidar sua base de sustentação. 'Pode ser que se peça um sacrifício ao PT. Mas, na minha opinião, não há uma visão do presidente de que tem que ter menos PT.'

Questionado se o beneficiado dessa estratégia seria o PMDB, Wagner disse acreditar que esta é uma legenda que, atualmente, já ocupa um espaço 'correto' no governo. 'O PMDB tem três ministérios. Eu acho que é um tamanho bastante razoável', avaliou.