Título: Juiz recusa pedido para bloquear bens dos Vedoin
Autor: Mendes, Vannildo e Macedo, Fausto
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/09/2006, Nacional, p. A9

O juiz José Pires da Cunha, da 5ª Vara Federal, em Mato Grosso, rejeitou um pedido do Ministério Público Federal para seqüestrar e bloquear o patrimônio da família Vedoin, acusada de chefiar a máfia dos sanguessugas, cujo império começou a ser construído na cidade gaúcha de Silveira Martins, a partir da década de 70.

Com a venda de ambulâncias superfaturadas, a Planam, pertencente à família Vedoin, movimentou R$ 110 milhões nos últimos quatro anos, em contratos com 600 municípios de 24 Estados. As ambulâncias eram compradas com recursos de emendas ao Orçamento da União.

O MPF ajuizou quatro ações de improbidade administrativa contra Darci Vedoin, seu filho Luiz Antônio Vedoin e deputados de Mato Grosso acusados de ligação com o esquema de superfaturamento na venda das ambulâncias a prefeituras.

Na lista dos denunciados pelo procurador estão Lino Rossi (PP), Pedro Henry (PP), Wellington Fagundes (PL) e Ricarte de Freitas (PTB), além dos empresários Ronildo Medeiros, Wylerson Moreira e José Luiz Batistello. Os três deputados são candidatos à reeleição.

Entre os bens da família Vedoin, o procurador Mário Lúcio Avelar lista apartamentos, casas e carros, em valores ainda não calculados. A Controladoria-Geral da União (CGU) iniciou na semana passada a fiscalização dos convênios da Planam. A previsão é de que no início de outubro os resultados sejam enviados ao Tribunal de Contas da União (TCU). Com base nesses dados, o Ministério Público pedirá novamente o seqüestro dos bens da empresa e dos seus proprietários.

Em agosto, a Justiça do Trabalho de Mato Grosso condenou a Planam e a microempresa Luiz Antônio Trevisan Vedoin a pagar indenizações trabalhistas no valor de R$ 1,1 milhão para 32 funcionários.