Título: `Temos de proteger as prerrogativas¿
Autor: Pereira, Rodrigo
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/11/2006, Nacional, p. A14

Quais são as principais demandas dos advogados no Estado hoje?

A primeira delas diz respeito à valorização profissional. E essa valorização profissional passa pela proteção das prerrogativas, de modo a criar medidas preventivas de proteção. Todo mundo fala em proteção, mas normalmente são medidas posteriores às violações. Nós temos que ter uma proteção por meio de medidas preventivas. Criar mecanismos de observância da inviolabilidade dos escritórios de advocacia. Constituir uma comissão tripartite dos advogados, juízes e promotores para que portarias, algumas decisões dos tribunais, sejam do prévio conhecimento da advocacia, evitando desgastes posteriores. Pugnar para que se torne obrigatório nos cursos de direito uma cadeira de ética e prerrogativas profissionais. E tratar do aprimoramento profissional do advogado, desenvolver cursos e reciclagem a preços acessíveis.

O senhor tem proposta para a anuidade, hoje em R$ 630?

Defendo a flexibilização da anuidade. Eu acho que primeiro temos que ter a estabilização da moeda confirmada, tomar ciência da situação da Ordem para daí estudar uma redução. E aumentar a contraprestação da anuidade. A dos advogados é a mais cara dos profissionais liberais e a do Estado é a mais cara da Federação e a contraprestação é quase inexistente.

Qual a crítica à atual gestão?

As ações políticas da instituição tiveram um caráter nitidamente promocional de seus dirigentes e várias prerrogativas foram relevadas a um segundo plano.

Não é usual a reeleição na OAB-SP. A que o senhor credita a candidatura de D¿Urso?

Há muito tempo na Ordem que um presidente não tentava a reeleição. A alternância é positiva e sadia e se justifica. Eu vivo da advocacia, ficar fora mais de três anos do escritório pode ser fatal para eu retomar a atividade. É ruim quando uma aspiração política se torna o objetivo principal, e não uma conseqüência de um bom trabalho.