Título: `Provocamos uma revolução administrativa¿
Autor: Pereira, Rodrigo
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/11/2006, Nacional, p. A14

Qual sua proposta para uma eventual reeleição?

A proposta é continuar, consolidar o que fizemos. Foram três anos de trabalho em cima de questões corporativas. Conseguimos a defesa intransigente das prerrogativas de função e, no âmbito administrativo, provocamos uma revolução. Acertamos as contas e descentralizamos as funções na OAB. No plano institucional, a OAB-SP voltou a defender a bandeira da cidadania.

Mas há novos projetos?

Um ponto importante é cuidar para que o Judiciário venha a funcionar, para que a Justiça de São Paulo, a exemplo da Justiça do Rio de Janeiro, venha a funcionar. Um processo de primeira e segunda instâncias no Rio demora um ano e meio. Aqui no Judiciário paulista, ele demora sete anos. É preciso informatizar, fazer um esforço para que a verba fique no Judiciário, firmar um verdadeiro pacto. E a OAB pode articular tudo isso.

Não é usual a reeleição na OAB. Por que o senhor se candidatou?

Não era um projeto meu, foi uma coisa inusitada o que aconteceu. A diretoria, todos os conselheiros, todos pediram a reeleição. E recebi 203 assinaturas das 217 subseções da OAB no Estado. Foi por isso que decidi disputar, pela ampla mobilização da categoria no Estado, por todo o interior. Na primeira vez foi assim também.

Seus adversários criticam uma suposta promoção política às custas do cargo. Isso ocorre?

Meu único propósito político é voltar a ser presidente da OAB. Tive convite nessas eleições para praticamente todos os cargos eletivos dos mais variados partidos. Para deputado estadual e federal, senador e até vice-governador. Não aceitei porque tenho compromisso com a advocacia e a perspectiva é continuar esse trabalho. As críticas são de que apareço demais na televisão. Mas o problema era o presidente anterior, que fugia da mídia. Eu não presido uma entidade de esquina, tenho que estar na mídia, é minha obrigação como presidente.