Título: Eliminados no 1º turno prestam contas da campanha ao TSE
Autor: Gallucci, Mariângela e Cioccari, Vanice
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/11/2006, Nacional, p. A12

Juntos, os candidatos à Presidência eliminados no primeiro turno informaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) gastos bem inferiores às despesas previstas pelas campanhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e seu adversário no segundo turno, Geraldo Alckmin (PSDB). Lula previu limite de gastos de R$ 115 milhões, enquanto Alckmin estabeleceu um teto de R$ 95 milhões. Como disputaram o segundo turno, ambos têm até o final do mês para prestar contas.

No documento entregue ao TSE, a candidata do PSOL, senadora Heloísa Helena, informou ter arrecadado R$ 266.143,75 e gasto R$ 266.566,54. O senador Cristovam Buarque (PDT) disse que arrecadou R$ 1.716.154,28 e gastou R$ 1.505.603,55.

Do PSDC, José Maria Eymael declarou ter obtido receita de R$ 272.467,97, mas gastos de R$ 272.496,87. O comitê financeiro nacional do candidato disse que arrecadou R$ 53.423,31 e que gastou R$ 53.560,67. Na prestação de contas protocolada no TSE, o concorrente pelo PSL, Luciano Bivar, afirmou ter arrecadado R$ 214.062,50 - despesas foram de R$ 214.054,26. Já o comitê financeiro de sua campanha informou R$ 289.032,36 de receita e R$ 287.865,76 de gastos.

EM SÃO PAULO

De um total de 2.912 candidatos que disputaram as eleições em São Paulo, 804 não entregaram a prestação de contas final ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O prazo oficial para a entrega se encerrou às 19 horas de terça-feira. Ontem, o tribunal continuou a receber as prestações atrasadas. Os candidatos retardatários, porém, ficam sem o registro de quitação eleitoral. Aqueles que não prestaram contas serão encaminhados à Procuradoria Eleitoral, assim como os que tiverem irregularidades.

Dos 16 candidatos ao governo paulista, 4 não entregaram o balanço final: Anai Caprone (PCO), Alfredo Martins (PTN), Tarcísio Roberto Foglio (PSC) e Antonio da Cunha Lima (PSDC). Outros três postulantes ao Senado, de um total de 19,também não apresentaram as informações.

No último dia para a entrega da prestação de contas, o TRE só concluiu o atendimento à meia-noite e meia, pois ao encerrar o prazo às 19 horas restavam cerca de 150 pessoas com senha para serem atendidas. Com o penúltimo número (2.397), o desempregado Armando Neto disse que 'guardava lugar''. 'Minha amiga trabalha para um candidato a deputado, mas não sei o nome nem o partido', desconversou.

No local, advogados, contadores, assessores e até candidatos revisavam a papelada, aflitos, antes de serem chamados a entregar os documentos. 'Prestar contas não é difícil, o problema é a burocracia do Sistema de Prestação de Contas Eleitorais', reclamou o advogado Vinícius Casconte, do PT de Campinas. 'O sistema do TSE foi atualizado, e aí quem fez prestação antes tem problema com o disquete.' O técnico em contabilidade José Carlos de Souza também reclamou do programa. 'Sugestão é que transmitir os dados pela internet, como a declaração de renda.'

A diplomação dos eleitos depende não só da prestação como do seu julgamento e aprovação.