Título: EUA: menor desemprego em 5 anos
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/11/2006, Economia, p. B4
O desemprego nos Estados Unidos caiu em outubro para 4,4%, nível mais baixo desde abril de 2001. O índice animou políticos do Partido Republicano, às vésperas das eleições legislativas, que ocorrem na terça-feira.
Os dados anunciados pelo Departamento de Trabalho corrigiram também para o alto os números sobre emprego dos últimos meses, que mostram agora uma criação maior de postos de trabalho no último trimestre.
Em pleno ambiente eleitoral, os republicanos - que correm o risco de perder a hegemonia que vêm mantendo de maneira praticamente ininterrupta no Congresso desde 1994 - não pouparam elogios à política econômica do presidente Bush. Os democratas, de seu lado, afirmaram que as pessoas trabalham mais tempo para sobreviver mal, que a economia cresce mais lentamente e a situação da classe média piorou.
Em outubro, a economia americana teve aumento líquido de 92 mil empregos, menos que os 123 mil que a maioria dos analistas esperava e muito abaixo dos 150 mil empregos que, segundo os economistas, devem ser criados todos os meses para absorver o crescimento da mão-de-obra.
O relatório do governo também corrigiu os números anteriores sobre o aumento líquido de empregos em agosto e setembro, mostrando uma criação de 378 mil postos de trabalho, 139 mil a mais que no levantamento anterior.
O presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Ben Bernanke, afirmou recentemente que o crescimento da força de trabalho tem agora um ritmo menor e basta um aumento líquido de 130 mil empregos por mês para absorver os jovens que ingressam no mercado de trabalho.
A secretária de Trabalho, Elaine Chao, disse que a economia dos EUA 'teve 38 meses consecutivos de crescimento do emprego e, desde agosto de 2003, foram criados quase 6,9 milhões de postos'.
O secretário de Comércio, Carlos Gutiérrez, afirmou que 'a queda do índice de desemprego mostra que a economia dos EUA é forte, resistente e continua avançando'. A líder da minoria democrata na Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, argumentou que, 'apesar de haver algumas boas notícias para os americanos, o relatório sobre emprego não muda o fato fundamental de que a política econômica de Bush prejudica as famílias de renda média'.
O relatório indica que houve aumento do número de empregos nos setores de finanças, educação, saúde e hotelaria. O emprego no setor de serviços, que inclui agências do governo, o setor de varejo e bancário, aumentou em 152 mil postos no mês passado, após 154 mil empregos em setembro. Em outubro, as fábricas tiveram perda líquida de 39 mil empregos, a maior desde julho de 2003, após uma redução no setor de 12 mil postos em setembro.
O setor da construção perdeu 26 mil empregos, maior número desde fevereiro de 2003, após aumento líquido de 5 mil postos no mês passado. A carga horária média de trabalho subiu de 33,8 horas/semana em setembro para 33,9 horas em outubro.