Título: Serra anuncia 10 e completa time
Autor: Amorim, Silvia
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/12/2006, Nacional, p. A8

O governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), pôs fim ontem à ansiedade dos partidos aliados e concluiu a nomeação de seu secretariado, acomodando no primeiro escalão as três legendas que apoiaram o PSDB na eleição - PFL, PTB e PPS. Os pefelistas terão o maior espaço, com três secretarias - do Trabalho, de Assistência e Desenvolvimento Social e do Ensino Superior. O PPS e PTB ficaram com uma pasta cada um - a da Habitação e a de Esporte e Turismo, respectivamente.

Foram anunciados dez secretários: o vice-governador eleito Alberto Goldman para Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, o coordenador da campanha de Serra, José Henrique Reis Lobo (Relações Institucionais), o presidente do PSDB paulista, Sidney Beraldo (Administração e Gestão), o economista João Sayad (Cultura), a ex-diretora de Saneamento do Ministério do Planejamento Dilma Pena (Energia e Saneamento), o atual secretário estadual de Recursos Hídricos e Energia, Mauro Arce (Transportes), o presidente da Imprensa Oficial do Estado, Hubert Alquéres (Comunicação), o deputado José Aristodemo Pinotti (Ensino Superior), o ex-prefeito de Ourinhos Claury Santos Alves da Silva (Esporte e Turismo) e o secretário de Habitação das gestões Paulo Maluf e Celso Pitta, Lair Kr¿henbühl (Habitação). O tucano já havia nomeado outros 13 auxiliares.

A equipe do tucano é uma mistura de perfis técnicos e políticos. 'Eu mesmo sou uma mistura de político e administrador, e procuro essa mistura sadia dentro do governo. Todos aqui têm cabeça política, mas uma aptidão para o cargo pela sua formação. Portanto, trata-se de um perfil competente', avaliou.

Serra negou que as indicações partidárias representem loteamento do governo. 'Não fiz loteamento político, como se costuma fazer. O PFL nunca pediu uma, duas ou três secretarias. Há um programa para orientar e eu vou coordenar esse processo.'

A costura política para composição do governo deixou de fora um aliado de última hora, o PDT, que não apoiou Serra porque tinha candidato próprio, mas acabou, por pedido do tucano, ajudando o presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin. O partido acreditava que poderia ficar com a Secretaria do Trabalho, entregue a Guilherme Afif Domingos (PFL). 'O PDT vai estar próximo, eu espero. Vamos nos encontrar com a bancada e conversar. Vamos fazer uma gestão aberta para a Assembléia Legislativa e demais partidos', disse Serra.

O governador eleito admitiu estar preocupado com a votação neste fim de ano do Orçamento e da Lei de Diretrizes Orçamentárias no Legislativo paulista. 'Estou preocupado com isso. É óbvio. Falei com o presidente da Assembléia nesta semana e ele manifestou a confiança de que possa ser votada a LDO, o Orçamento e o 1% do ICMS para a habitação', comentou.