Título: Campinas gasta R$ 77 milhões para atender 160 mil pessoas
Autor: Tosta, Wilson
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/12/2006, Nacional, p. A12
Campinas, terceiro município em população e arrecadação do Estado de São Paulo, tem todas as entidades de proteção e assistência social regulamentadas, segundo o IBGE. Com um Orçamento anual na casa de R$ 1,7 bilhão, gasta cerca de R$ 77 milhões para atender cerca de 160 mil pessoas em situação de risco ou de vulnerabilidade social em uma rede que inclui, além dos serviços da própria prefeitura, 140 organizações não-governamentais (ONGs) parceiras.
Do total de recursos, 88% vêm dos cofres municipais e o restante, de transferências da União e do Estado. Embora integre o Orçamento municipal, a verba para a área conta com uma contabilidade separada, sob fiscalização da sociedade civil.
Campinas gasta, mensalmente, um pouco mais de 5% de sua arrecadação com a assistência social, valor acima da média da maioria das cidades. A demanda total de assistência social é estimada pela prefeitura em 40 mil famílias, das quais cerca de 32 mil são atendidas por algum programa.
O município ainda tem muitas áreas de carências sociais, principalmente nas regiões sul e sudoeste. 'Campinas tem distritos ricos, como Barão Geraldo, e, do lado, bairros paupérrimos, como Campo Grande. No próprio centro há favelas e grande desigualdade socioeconômica', disse Elizabete Rossim, assessora técnica da Secretaria Municipal de Cidadania, Trabalho e Assistência Social.
Conhecida como uma cidade de empresas de alta tecnologia, com o suporte da Unicamp, Campinas enfrenta muita dificuldade para capacitar seus trabalhadores mais humildes. O fato de o município ter características metropolitanas - recebe carentes de cidades vizinhas como Hortolândia e Sumaré - também dificulta o atendimento.
O diferencial, em relação a outros municípios, para a diretora do Departamento de Assistência Social, Edith Bortolozo, é a união, na mesma secretaria, da assistência social e do apoio ao trabalho. 'O que permite que as famílias tenham uma porta de entrada, a assistência social, e outra de saída, a qualificação profissional, para prepará-las para o mundo do trabalho', disse. 'Temos consciência, entretanto, de que algumas famílias sempre vão precisar da proteção social, embora muitas outras conquistarão sua autonomia.'
MONTE CRISTO
No bairro do Monte Cristo - uma ocupação de casinhas de tijolos eternamente em construção onde vivem 30 mil pessoas -, a Fundação Douglas Andreoni, oferece cursos diversos a 450 crianças e 50 adultos.