Título: Os destaques da ata
Autor: Graner, Fabio e Freire, Gustavo
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/12/2006, Economia, p. B4

Inflação: A elevação da inflação no curto prazo está sendo determinada em grande medida por uma esperada reversão da dinâmica favorável dos preços dos alimentos observada em meses recentes. Tendo em vista que esses efeitos ainda não se esgotaram, é provável que continuem sendo captados nos indicadores de inflação a serem divulgados nas próximas semanas. Dada a natureza de tais pressões, espera-se que tenham caráter transitório.

Política monetária: O Copom entende que a preservação das importantes conquistas obtidas no combate à inflação e na manutenção do crescimento econômico, com geração de empregos e aumento da renda, demandará que a partir de um determinado ponto a flexibilização da política monetária passe a ser conduzida com maior parcimônia.

Cenário externo: Persistem as dúvidas nos mercados sobre os próximos passos da política monetária norte-americana. Ainda que não se possam descartar por completo novas elevações de taxas de juros, a avaliação dominante parece ser a de que a maior parte do ajuste da política monetária já teria ocorrido.

Juros reais: O espaço para que observemos juros reais menores no futuro continuará se consolidando de forma natural. Para que essa probabilidade continue se traduzindo em resultados efetivos, é preciso que os indicadores prospectivos de inflação sigam apresentando elementos compatíveis com o cenário benigno que tem se configurado nos últimos trimestres.

Divisão: Três membros votaram por uma redução de 0,25 ponto porcentual na taxa de juros básica, entendendo que o balanço de riscos considerado justificaria tal decisão. Já a maioria dos membros do Copom ressaltou que as informações disponíveis neste momento ainda não justificariam uma mudança de ritmo e que seria necessário aguardar a evolução do cenário macroeconômico até a próxima reunião do comitê para, então, reavaliar a conveniência de reduzir a taxa Selic em 0,25 ponto.