Título: Pilotos da Marinha têm dura rotina
Autor: Godoy, Roberto
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/12/2006, Nacional, p. A8

Os pilotos dos caças Skyhawk, rebatizados AF-1 na Marinha, não decolam exatamente do porta-aviões com seus jatos: com a turbina no limite máximo do empuxo de quase 5 toneladas são lançados ao ar por uma catapulta a vapor que acelera da imobilidade total até além de 260 km/h no espaço de pouco mais de 200 metros do convés de vôo. No retorno, o problema é maior. É preciso encontrar no meio do oceano uma pista, iniciar a descida por referências virtuais e sinais luminosos. Ao tocar a prancha, a mais de 250 km/h, o piloto baixa um gancho que deve se engatar em um cabo de aço, a linha de parada. Se perder o ponto da pegada, a ponte de comando ordena uma arremetida e um novo procedimento. Essa rotina se repete dia e noite. Em missão de paz, a cozinha do São Paulo produz 1.400 quilos de comida todos os dias. Bifes grossos e frango grelhado são os preferidos, acompanhados de saladas, legumes, arroz, feijão e farofa. Eventualmente é servida uma feijoada. Esse cardápio costuma ceder vez a omeletes de presunto como prato principal. É sinal de corte no orçamento. Poucas mulheres, geralmente não mais de cinco, atuam a bordo na área de saúde. A enfermaria com 20 leitos tem UTI e pode realizar cirurgias complexas. A energia elétrica consumida pelo navio atenderia a uma cidade de 60 mil habitantes.