Título: Nível de contaminação por polônio que pode matar é incerto, diz pesquisadora
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Fonte: O Estado de São Paulo, 09/12/2006, Internacional, p. A28

O elemento radioativo polônio-210 tem deixado seu rastro. A cada dia, seus vestígios são detectados em mais pontos de Londres e Moscou e aparecem novas contaminações entre os personagens da trama, iniciada com o envenenamento do ex-espião russo Alexander Litvinenko.

O polônio-210 pode ser fabricado artificialmente em reatores nucleares, mas também é encontrado - sempre em quantidades muito baixas - na natureza, principalmente em rochas, e até na folha do tabaco, explica Sandra Bellintani, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). E não afeta o homem? ¿De jeito nenhum. Todo mundo tem uma pequena quantidade dentro do corpo. Quem fuma tem um pouco mais.¿

Não há dados na literatura médica sobre a dose letal para humanos, segundo Sandra, pois a contaminação por radiação é estudada a partir de acidentes e não há registros com esse elemento. Ele entra no corpo - por inalação, ingestão, ferimento na pele ou se for injetado -, cai na corrente sanguínea e se deposita nos tecidos moles, afetando rins, fígado e baço. Para limpar os locais contaminados bastam água e sabão, mas também podem ser usados outros métodos, como ácido diluído, assinala a pesquisadora.