Título: Corrupção vem do Planalto, acusa tucano
Autor: Scinocca, Ana Paula
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/08/2006, Nacional, p. A8

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, sugeriu ontem que a corrupção no Congresso origem no Palácio do Planalto, ocupado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Mensalão é a submissão de um Poder ao outro. É fácil bater em deputado, e tem de bater mesmo. Mas deputado é só a correia de transmissão. Todo o dinheiro sai do Executivo e sempre tem corruptor do lado de fora", afirmou em evento promovido pelo Instituto Ethos, em São Paulo.

A declaração de Alckmin foi feita ao lado do amigo de Lula Oded Grajew, presidente do Conselho Deliberativo do Ethos, e um dos responsáveis pela aproximação do PT com o empresariado. Grajew já avisou que desembarcou da campanha pela reeleição.

Ao discursar em ciclo de palestras promovido pelo Ethos, de manhã, o tucano optou por atacar a corrupção no governo Lula, acusando seu oponente - que não nomeou - de ter uma visão "autoritária" na relação com o Congresso. "O mensalão é uma visão autoritária. Em vez de respeito, é a submissão de um Poder ao outro."

Alckmin afirmou que a corrupção no Brasil contaminou os Poderes e os partidos. Segundo ele, "hoje é difícil encontrar pessoas sérias que queiram ser candidatas".

Mais tarde, em visita a Passos (MG), o tucano recorreu à imagem da vassoura - usada por Jânio Quadros na década de 60 - ao falar do combate à corrupção, em discurso na abertura da 2ª Feira do Agronegócio de Sudoeste Mineiro. Alckmin prometeu "acabar com esse desgoverno, desastre ético do Brasil". E completou: "Vamos com vassourão varrer a corrupção, moralizar a política brasileira."

O candidato também satirizou a sigla do Partido dos Trabalhadores. "O PT o que é: partido triste. É triste o que o Brasil está vivendo", disse.