Título: Concorrência dos importados leva a mais demissões
Autor: Farid, Jacqueline
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/08/2006, Economia, p. B6
As empresas do setor têxtil e de confecções estão entre as que mais vêm cortando postos de trabalho nos últimos meses. Pressionadas pela concorrência crescente das importações de produtos asiáticos, favorecidas pela queda do dólar ante o real, essas empresas ainda tiveram que conviver com a falta de frio no inverno, o que fez encalhar os estoques nas fábricas.
A Passy, fabricante de roupas femininas, por exemplo, demitiu quatro pessoas no mês passado, o que representou um corte de 3% no seu quadro de pessoal (130 funcionários). Segundo o presidente da empresa, Marcel Zelazny, a medida foi necessária por causa da queda na demanda pelas roupas que fabrica.
"Estou na empresa há 40 anos e não tenho o costume de demitir funcionário quando o negócio está ruim", diz Zelazny. "Mas a situação chegou a tal ponto que já não tínhamos mais o que fazer, segurando o pessoal tanto tempo sem ter o que produzir."
No primeiro semestre, a produção de roupas no País caiu 8% ante igual período de 2005, segundo o Instituto IEMI, especializado na área têxtil e de confecção. Na Passy, a queda ficou em 5%, porque a empresa também tem lojas de varejo.
"Além de mão-de-obra barata, boa parte dos produtos chineses entra no País por baixo do pano, sem pagar impostos", diz Zelazny. Se a situação não melhorar, ele admite fazer novas demissões.