Título: Pretos e pardos ficam atrás em educação e renda
Autor: Rodrigues, Karine
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/12/2006, Vida&, p. A22

A despeito da contínua melhoria dos indicadores sociais no Brasil, ainda existem profundas disparidades entre brasileiros de cores diferentes. A Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2005 mostra, por exemplo, que as taxas de analfabetismo entre pardos (15,6%) e pretos (14,6%) são mais do que o dobro das verificadas entre brancos: 7%. Em 1995, os índices eram, respectivamente, de 23,2%, 25,2% e 9,5%.

A desigualdade também é explicitada pelas diferenças salariais. Entre pretos e pardos com 12 anos de estudo ou mais, o rendimento/hora é de R$ 10,70, enquanto o de brancos com a mesma escolaridade chega a R$ 14,90. 'A sociedade brasileira construiu um modelo de segregação racial que atinge o mercado de trabalho', analisa Nelson Inocêncio, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade de Brasília.

Inocêncio ratifica a importância das políticas de discriminação positiva, como a de cotas nas universidades.