Título: PMDB reage contra Jobim e fecha com Temer
Autor: Samarco, Christiane
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/12/2006, Nacional, p. A7

Fracassou a ofensiva do Planalto para transformar o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim no presidente do PMDB, que decidiu integrar a coalizão governista no segundo mandato.

Diante da movimentação de setores do Planalto que apontavam Lula como padrinho da candidatura independente de Jobim à presidência do PMDB, a cúpula governista do partido reagiu e uniu-se à ala independente para brecar a articulação palaciana.

Quem ganha é o atual presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), que poderá ser reeleito. Seu mandato, já prorrogado, termina em abril de 2007, mas tanto o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), como o senador José Sarney (PMDB-AP), que romperam com Temer por mais de um ano e chegaram a considerar a sua destituição, desejam agora mantê-lo no posto. Eles mudaram para não permitir que a interlocução entre o partido e o governo se dê à revelia deles.

Depois da pacificação entre as duas alas e da adesão ao governo, tanto a dupla de senadores quanto os deputados Jader Barbalho (PA) e Geddel Vieira Lima (BA) apontam Temer como boa alternativa para presidir a legenda. 'Qual o problema de ser um ou outro o presidente do partido?', indagou Renan, referindo-se a Jobim e Temer. 'O importante é que o partido esteja unido e tenha uma Executiva Nacional representativa desta união.'

Ao mesmo tempo em que participa da articulação a favor de Temer, Renan movimenta-se para se livrar da imagem de 'candidato chapa-branca' à presidência do Senado.

O candidato da oposição, José Agripino Maia (PFL-RN), tem explorado essa questão e pregado a independência do Congresso em relação ao governo. 'Esta disputa do candidato do governo contra o candidato da oposição não haverá no Senado', afirmou Renan.