Título: Investidores elogiam economia brasileira
Autor: Kuntz, Rolf
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/09/2006, Economia, p. B1
O atual crescimento econômico do Brasil, abaixo do previsto e inferior ao de outros grandes países emergentes, parece não incomodar os investidores estrangeiros. O país foi alvo de elogios nos diversos seminários paralelos promovidos por bancos de investimentos privados durante a reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
¿O crescimento parece preocupar muito mais o pessoal no Brasil do que aqui fora¿, disse ao Estado o diretor de relações internacionais do Banco Central, Paulo Vieira da Cunha, que participou ontem de um evento promovido pelo Institute of International Finance (IIF), entidade que reúne os principais bancos privados do mundo. Ele disse que, ao contrário do passado, a situação econômica do País não gera preocupação. ¿Tanto que estamos sendo pouco questionados pelos investidores, eles estão muito tranqüilos¿, acrescentou.
O vice-presidente do banco Goldman Sachs e ex-secretário do Comércio dos Estados Unidos, Robert Hormats, disse que o governo brasileiro ¿tem feito um excelente trabalho¿, reduzindo sua inflação e vulnerabilidade externa. Ele lembrou que foi seu banco que lançou, em 2003, o conceito dos países Brics, que prevê que as economias do Brasil, Rússia, China e Índia vão se tornar potências econômicas nas próximas décadas. ¿A promessa dos Brics é cada vez mais forte¿, disse.
Segundo ele, a comparação entre as taxas de crescimento brasileira e de outros grandes emergentes asiáticos é equivocada. ¿A China e a Índia, por exemplo, estão em um estágio de desenvolvimento muito diferente e têm um enorme contingente de força de trabalho, muito barato¿, disse.
Hormarts, a exemplo dos demais investidores estrangeiros e do FMI, acredita que o País somente alcançará maiores taxas de crescimento do PIB gradualmente, desde que implemente novas reformas estruturais. ¿Principalmente uma reforma trabalhista¿, disse.