Título: Argentina defende respeito a leis trabalhistas
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/09/2006, Economia, p. B3

CINGAPURA - O Fundo Monetário Internacional deveria pressionar os países que não cumprem as normas básicas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em vez de propor aos outros que relaxem suas leis, disse ontem a ministra da Economia da Argentina, Felisa Miceli. Isso seria bom para a economia mundial e ajudaria o FMI em sua busca de maior legitimidade, acrescentou.

Segundo a ministra, cumprir regras trabalhistas básicas é necessário para evitar uma ¿corrida para baixo¿ na disputa pelo investimento. ¿O investimento procura a maximização de lucros, e aqueles países que não respeitam os padrões básicos da OIT levam uma vantagem competitiva injusta sobre os que respeitam.¿

Ela não mencionou países, mas seus comentários se aplicam à China e à Índia, que têm atraído investidores em busca de mão-de-obra barata. A Argentina, como o Brasil, tem sido invadida por produtos baratos da China e de outros países de mão-de-obra barata, mas a ministra não mencionou esse detalhe.

Melhores salários em todo o mundo tornariam possível maior consumo de produtos americanos e contribuiriam para a redução dos desequilíbrios externos, segundo Felisa. Esse efeito não será produzido pela mera depreciação do dólar, argumentou, se consumidores de outros países não tiverem dinheiro para comprar os bens dos Estados Unidos. Salários melhores também serão importantes para fortalecer o mercado interno em países com políticas voltadas para a exportação, disse.