Título: Desequilíbrio na Previdência deve permanecer
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/12/2006, Economia, p. B1

A nova regra para reajuste do salário mínimo não resolve o desajuste estrutural da Previdência brasileira, levando-se em conta as projeções mais comuns do crescimento médio do PIB nas próximas décadas. Essa é a opinião de especialistas.

O aumento do número de pessoas com mais de 60 anos no Brasil é de pouco menos de 4% ao ano e está acelerando. Um crescimento médio de longo prazo do PIB de 4% ao ano, portanto, manteria os gastos com aposentadorias e pensões aproximadamente constantes como proporção do PIB, caso os benefícios fossem mantidos no valor real de hoje.

Se, além disso, for aplicado um aumento real anual do mínimo, que atinge dois terços dos benefícios, a tendência de longo prazo é que os gastos da Previdência em relação ao PIB cresçam. No curto prazo, porém, é possível compensar esse efeito com ganhos de gestão.