Título: Madri confirma viagem de médico
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Fonte: O Estado de São Paulo, 26/12/2006, Internacional, p. A12

O conselheiro de Saúde da Comunidade Autônoma de Madri, Manuel Lamela, confirmou ontem que o chefe de cirurgia do Hospital Gregorio Marañón, José Luis García Sabrido, viajou na quinta-feira para Havana, onde avaliaria a possibilidade de operar o líder cubano, Fidel Castro. O funcionário explicou que desde junho o sistema público de saúde de Madri ¿vem enviando remédios, a pedido do governo de Cuba, por meio de sua embaixada¿. Lamela, no entanto, negou-se a dizer que tipo de medicamento foi enviado à ilha, ¿porque isso revelaria a patologia do paciente e, portanto, violaria a confidencialidade médica e a política de informação do governo cubano¿.

O irmão de Fidel, Raúl Castro, exerce de modo provisório a presidência de Cuba desde que o líder anunciou, em 31 de julho, que delegava suas funções em conseqüência de uma cirurgia para estancar uma hemorragia intestinal. A doença de Fidel e a evolução de seu estado de saúde foram classificadas depois como ¿segredo de Estado¿.

A viagem do médico García Sabrido, um especialista em doenças graves do aparelho digestivo (ler abaixo), foi revelada no domingo pelo diário El Periódico, da Catalunha. Segundo o jornal, a saúde de Fidel, de 80 anos, continua se deteriorando.

`MAU SINAL¿ Em outro indício de que o estado de saúde de Fidel é mais grave do que quer admitir o regime de Cuba, a revista colombiana Semana, dirigida pelo escritor Gabriel García Márquez - um dos maiores amigos do líder na América Latina -, afirma em sua edição que começou a circular ontem que ¿há sinais de que a situação não melhorou¿. A revista informa que García Márquez não conseguiu visitar Fidel, apesar de estender sua última viagem a Cuba por um mês. ¿Fidel não pôde recebê-lo pessoalmente, algo que nunca tinha ocorrido no passado¿, diz Semana. A revista lembra ainda que, semanas atrás, o líder cubano ainda estava apto a receber autoridades, como o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.