Título: Mudança antes mesmo da posse
Autor: Leal, Luciana Nunes
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/12/2006, Nacional, p. A4
Reeleito deputado federal pelo PL em 2002, Alceste Almeida (RR) fez a primeira da série de mudanças de partido desta legislatura já no dia da posse, em 1º de fevereiro de 2003, quando entrou no PPS. No mês seguinte, foi para o PMDB. Em fevereiro de 2005, passou apenas um dia no PTB e voltou a ser peemedebista. No mesmo mês, saiu de novo do PMDB, ficando apenas uma semana sem partido. Voltou para o PMDB e finalmente reingressou no PTB, em outubro do ano passado. Denunciado pela CPI dos Sanguessugas, teve o processo arquivado pelo Conselho de Ética da Câmara. Mas não conseguiu ser reeleito.
O paraense Zequinha Marinho, eleito para o primeiro mandato em 2002, nem esperou a posse e trocou o PDT pelo PTB no dia 23 de janeiro de 2003. Em setembro do mesmo ano, já estava no nanico PSC. Entre fevereiro e março de 2005, entrou no PMDB, saiu, voltou e saiu novamente. Em 30 de março de 2005, voltou ao PSC, pelo qual foi reeleito este ano.
Também oscilou como montanha-russa a filiação partidária do deputado Ênio Tatico (PTB-GO). Novato na Câmara, conseguiu fazer duas mudanças antes da posse: foi do PSC para o PL no dia 30 de janeiro de 2003 e, no dia 31, já estava no PTB. Como os colegas Almeida e Marinho, teve uma passagem-relâmpago pelo PMDB, em fevereiro de 2005. Ficou apenas dois dias. Passou para o PL e, em fevereiro deste ano, retornou ao PTB. Não quis disputar um segundo mandato. Em fevereiro, volta a administrar os supermercados da família.
Um assessor explicou que o deputado sempre esteve na base aliada do governo Lula, mas, ¿por motivos locais¿, teve de mudar algumas vezes de legenda. Almeida e Marinho não quiseram falar sobre as sucessivas trocas.
Já o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) não foge da explicação para sua passagem de apenas três meses pelo PFL. ¿O prefeito Cesar Maia me fez uma proposta, mas depois não me deu nem água nem palito e eu voltei para o PP.¿ Entre a primeira e a segunda filiação ao PP, o deputado passou pouco mais de dois anos no PTB.