Título: Criminalidade continuou alta nos governos
Autor: Tosta, Wilson
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/12/2006, Nacional, p. A6
Quase 50 mil pessoas foram mortas no Rio de 1999 até setembro de 2006. Os dois governos Garotinho mantiveram relativamente estável e alta a proporção de assassinatos por 100 mil habitantes e protagonizaram uma disparada nas mortes de civis por policiais. Foram 49.603 vítimas no período, mesmo assim uma queda em relação aos oito anos anteriores - governos Leonel Brizola (PDT) e Marcello Alencar (PSDB), quando foram mortas 59.402 pessoas -, contra um aumento de 279,93% no número de mortos pelas Polícias Militar e Civil de 1999 a 2005.
O governo atribui os números à realidade social do Estado e ao aumento da violência por parte dos criminosos. ¿É um dado positivo: como a criminalidade tem crescido, a polícia tem reagido¿, diz o secretário de Segurança Pública, Roberto Precioso. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, houve menos mortes em 1999, quando Garotinho incorporou ao setor sociólogos, antropólogos e ONGs. Foram 5.930 homicídios. Com o abandono do projeto, os registros não baixaram de 6 mil anuais.
Precioso atribui os níveis de homicídios ao quadro social do Rio, além da geografia. ¿São 712 favelas, uma concentração urbana desordenada.¿ Em 2005, o orçamento executado na Segurança foi R$ 1,5 bilhão. Entre os avanços, Precioso destaca o Programa Delegacia Legal e acusa ONGs de ¿politizar o assunto¿ e levá-lo ¿para o lado da ideologia¿.