Título: Emprego e renda se recuperam em ritmo lento
Autor: Tereza, Irany
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/12/2006, Economia, p. B1

A criação de 10 milhões de empregos em quatro anos foi apenas promessa de campanha, apesar de sempre negada pelo presidente Lula. Pelo menos nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE (São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre), o total de vagas foi de 2,464 milhões. São as áreas de maior potencial empregador, com quase 30% da população do País.

A taxa média de desemprego caiu, como atesta levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao Ministério do Planejamento. Ficará em torno de 10% e deve continuar caindo em 2007, mas ainda em ritmo lento, à espera do aquecimento da economia.

O retrato do mercado de trabalho no primeiro mandato de Lula exibe um trabalhador com pior remuneração, mas mais formalizado. Mostra que o desemprego atinge com mais intensidade a população mais jovem, apesar do Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego, que não decolou. E aponta agora para o início da recuperação do poder de compra do trabalhador.

¿É necessário um aumento real de 2,1% para recuperar perdas e igualar o valor médio ao de 2002. Isso vai ser muito facilmente alcançado no ano que vem e, aí sim, vai haver progresso de fato¿, afirma o pesquisador do Ipea, Marcelo de Ávila.

Em 2002, o rendimento médio real do trabalhador, que já vinha em queda, era de R$ 1.078,92, em valor de novembro de 2006, mês que teve o maior valor médio real do primeiro mandato de Lula: R$ 1.056,60, pelos dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE.

Os resultados de dezembro e a média fechada do ano serão divulgados no mês que vem.