Título: Viações cobram ação do governo
Autor: Auler, Marcelo e França, Valéria
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/12/2006, Metrópole, p. C4

A brutalidade do ataque ao ônibus da Itapemirim causou preocupação no setor de transporte rodoviário, mas as empresas acreditam que o combate à violência é dever do governo. Em nota oficial, a Viação Itapemirim afirmou que não pretende intensificar a segurança dos ônibus. A empresa disse que ¿este é um caso de polícia¿.

O Grupo Itapemirim, formado por 17 empresas, tem duas transportadoras - a Viação Nossa Senhora da Penha e a Itapemirim. Juntas possuem 2,5 mil ônibus, que servem 23 estados brasileiros. Na comunidade da Itapemirim, no site de relacionamentos Orkut, pessoas se manifestaram, ontem, em solidariedade às vítimas e a empresa.

Orientar os motoristas para redobrar a atenção foi a providência adotada ontem pela Viação Expresso Brasileiro, segundo o gerente da empresa em São Paulo, Sidmar Silveira. Ele disse que a viação se preocupa com a segurança da frota de 60 veículos usados na rota Rio-São Paulo, já que nesta época do ano são feitas entre 70 e 80 viagens diárias. ¿Orientamos os motoristas para que não parem na Baixada Fluminense, que fiquem atentos a qualquer movimento suspeito e evitem aglomerações. Em caso de emergência devem procurar os postos da Polícia Rodoviária.¿

Silveira disse que a empresa entrou em contato com a Associação das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), entidade que tem ¿condições de conversar sobre o fato com o governo¿. Segundo a assessoria de imprensa da Abrati, que representa 114 empresas, a associação mantém contato com Ministério da Justiça, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal sobre segurança nas estradas. Mas não houve nada oficial sobre o ataque ao ônibus da Itapemirim.

O grupo Auto Viação 1001, por meio do setor comercial, informou que lamenta pelo incidente e pelas vítimas, mas não há nenhuma necessidade de medidas extras de segurança, pois a empresa acredita nas ações do governo. As Viações São Geraldo e Gontijo, a exemplo da 1001, disseram que não devem alterar a rotinas de viagens.