Título: Brasil crescerá 3,2% em 2007, diz consultoria
Autor: Caminoto, João
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/12/2006, Economia, p. B5

A consultoria Economist Intelligence Unit (EIU) prevê que a economia brasileira vai crescer em torno dos 3,2% em 2007. 'Trata-se de uma melhora marginal em relação a 2006, baseada na expectativa de que a trajetória de queda dos juros reais vai estimular os investimentos e sustentar a demanda dos consumidores', disse a EIU num relatório sobre a economia mundial divulgado ontem.

'Na ausência de uma grande reforma estrutural fiscal, a ambição do presidente de garantir um crescimento de 5% por ano será frustrada pela política monetária apertada necessária para conter a inflação, e pela pesada carga tributária que recai sobre o investimento.' A consultoria observou que o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula as Silva contará com o apoio de mais partidos políticos. 'Isso vai aumentar a cooperação no Congresso, mas as divisões dentro dos partidos e a ambivalência do Executivo em relação às medidas para estimular a competitividade do País vão impedir reformas', observou.

A EIU afirmou que a 'fraqueza' estrutural fiscal do Brasil vai limitar o espaço para cortes adicionais nos juros, que continuam elevados. 'A política fiscal não será um fator de apoio ao crescimento, o investimento público deve permanecer baixo e a carga tributária continuará elevada.' Segundo a consultoria, os gastos dos consumidores serão sustentados em 2007 pelo aumento real dos salários e de empregos. 'Mas taxas de crescimento mais dinâmicas serão impedidas pelas ainda agudas desigualdades na renda, bem como pelo alto do custo do crédito', disse.

A EIU prevê que o crescimento das exportações vai se desacelerar, mas ainda continuará sendo sustentado no próximo ano pela forte demanda de alguns países, principalmente os asiáticos. Embora o crescimento das importações provavelmente continue forte, o País deverá registrar novo superávit em conta corrente.

PIB GLOBAL

A EIU prevê que o crescimento da economia mundial em 2007 será liderado principalmente por alguns países emergentes. 'A forte expansão da demanda na China e Índia terá papel-chave na compensação de uma performance mais fraca nas economias mais desenvolvidas, como Estados Unidos, Japão e Alemanha', explicou.