Título: Na contramão da Selic, taxa ao consumidor sobe
Autor: Velloso, Thiago e Palhano, André
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/12/2006, Economia, p. B7

Os juros cobrados dos consumidores e das empresas voltaram a subir em novembro, apesar do corte de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic,ocorrido no mês passado.

A taxa média de juros ao consumidor fechou novembro em 7,48% ao mês, com alta de 0,05 ponto porcentual em relação a outubro, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Das seis linhas de crédito pesquisadas, os juros subiram em todas, exceto no cartão de crédito, cuja taxa média se manteve. A maior alta ocorreu na linha de Crédito Direto ao Consumidor (CDC) oferecida pelos bancos. Em outubro, era de 3,20% ao mês e, em novembro, subiu para 3,28%. Os juros do crediário das lojas também aumentaram no período, de 6,16% em outubro para 6,23% em novembro, segundo a pesquisa.

No caso das empresas, a taxa média de juros teve um ligeiro acréscimo no último mês. Era de 4,24% em outubro e atingiu 4,25% em novembro.

Na análise do vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, dois fatores explicam a subida dos juros para o consumidor na contramão da queda da taxa Selic. Um deles, argumenta, é a maior procura por crédito nesta época do ano. O outro fator é o aumento da inadimplência. 'No mês passado, a inadimplência até teve um ligeiro recuo, mas no acumulado em 12 meses subiu um ponto porcentual.' Ele não acredita que esse aumento nas taxas irá atrapalhar o comércio neste fim de ano.