Título: Grupo articula bloco do Sudeste
Autor: Samarco, Christiane
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/11/2006, Nacional, p. A5

Os governadores da Região Sudeste - São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo - deram início a uma articulação inédita que tem como ponto de partida a troca de experiências administrativas, mas promete ir além dos debates em torno de ações de governo. A idéia é fazer com que os encontros evoluam para uma atuação política conjunta no Congresso e junto ao governo federal, a exemplo do que costumam fazer os governadores nordestinos.

'Pela primeira vez o Sudeste terá um diálogo e um debate mais articulado, não só sobre temas que afetam particularmente a região, como o problema da segurança pública, mas também sobre questões nacionais', diz o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB).

Depois de receber o governador eleito do Rio de Janeiro, senador Sérgio Cabral (PMDB), em Vitória, na semana passada, Hartung desembarcou em Minas Gerais ontem, para uma conversa com o tucano Aécio Neves. E a agenda de conversas não pára aí.

Na semana que vem, o capixaba irá a São Paulo para um encontro com o novo governador paulista, José Serra (PSDB), que por sua vez também teve conversas políticas e administrativas com Aécio, a exemplo do que fizera Cabral. O governador fluminense procurou Hartung e Aécio, interessado em levar para o governo do Rio a experiência do ajuste fiscal bem-sucedido implantado por ambos em seus Estados, ao longo de seu primeiro mandato.

Foi o próprio Serra quem tomou a iniciativa de convidar Hartung para uma conversa. Além de também ser economista e ex-tucano, o capixaba foi o primeiro vice-líder de Serra na Câmara, quando ambos eram deputados e companheiros de bancada de Aécio. Na verdade, esta articulação política dos administradores está sendo facilitada pela relação pessoal que os quatro mantêm há anos, alguns desde a juventude. Cabral e Hartung, por exemplo, militaram juntos no Partido Comunista Brasileiro. As ligações políticas e familiares se estendem ao ex-prefeito de Vitória e deputado federal eleito Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB), de quem uma irmã de Cabral foi secretária municipal de Cultura.