Título: EUA dizem ter matado líder taleban
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Fonte: O Estado de São Paulo, 24/12/2006, Internacional, p. A10
A coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos anunciou ontem a morte de Akthar Mohammad Osmani, um dos quatro mais importantes líderes do Taleban e colaborador próximo de Osama bin Laden - líder da rede terrorista Al-Qaeda. Osmani é o principal dirigente morto pelos EUA desde a invasão ao Afeganistão, em 2001.
Um suposto porta-voz do Taleban, Qari Yousef Ahmadi, negou a morte, que segundo as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ocorreu na terça-feira. Osmani teria morrido em um ataque aéreo, enquanto viajava em um veículo na região desértica da Província de Helmand. O local, no sul do país, é próximo da fronteira com o Paquistão. Outros dois taleban, não identificados, também teriam morrido no ataque.
Bastante próximo ao mulá Omar - líder máximo do Taleban -, Osmani era um dos quatro membros do ¿conselho diretor¿ do grupo. Ele havia sido designado chefe militar pelo próprio Omar, pouco antes da queda do Taleban, em novembro de 2001. Osmani teria sido capturado no sul do Afeganistão por forças dos EUA, em julho de 2002. Mas escapou, ou foi libertado por engano, pouco depois.
O comandante tomou parte da jihad (guerra santa) contra as tropas soviéticas (1979-89), da qual também participou Bin Laden. Pouco após a fundação do Taleban, em 1994, uniu-se ao grupo. Em 1996, os taleban tomaram Cabul e instauraram um regime fundamentalista.
Osmani foi responsável por vários atentados às tropas internacionais e ao Exército afegão. Coordenou ataques suicidas e seqüestros, também contra civis. Também seria responsável pelas finanças do grupo.
Segundo o porta-voz das forças americanas, Tom Collins, a demora de quatro dias para divulgar a informação ocorreuem razão da necessidade de se confirmar a identidade do líder. As forças internacionais e o Exército afegão enfrentam o pior ano no país, desde 2001. O Taleban fortaleceu sua resistência, e 4.000 pessoas já morreram em combates e atentados, desde janeiro. Na sexta-feira, um deputado afegão sofreu um atentado, em Cabul. Padshah Jan Zadran não se feriu, mas um civil morreu no ataque.