Título: Ministério e CPT discutem padrão comum para coleta das informações
Autor: Arruda, Roldão
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/01/2007, Nacional, p. A11

O Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) analisam formas de afinar os números de seus relatórios sobre violência no campo. Isso poria fim a uma longa série de acusações, na qual o governo federal reclama que a CPT infla os números, enquanto esta afirma que o governo os subestima.

O Dataluta, um terceiro levantamento, realizado pelo Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos da Reforma Agrária, da Unesp, também seria incluído no acordo. O objetivo é criar padrões comuns para a coleta de números e troca de informações entre as três instituições. Existe o consenso de que nenhuma delas consegue dar completa cobertura aos conflitos.

Os relatórios da Ouvidoria Agrária Nacional começaram a ser divulgados no governo de Fernando Henrique Cardoso. Um dos objetivos era se contrapor à CPT, que divulgava números considerados exagerados.

Enquanto a CPT usa agentes pastorais e jornais para obter seus números, os do governo vêm das sedes das 30 superintendências regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) espalhadas pelo País.

A maior divergência refere-se ao número de assassinatos. A ouvidoria só inclui no relatório mortes que a polícia associa a conflitos agrários. A CPT desconfia da polícia e aceita outras fontes.

A propósito, o único levantamento concluído pela CPT em 2006 refere-se ao número de mortes, que baixou em relação a 2005. Passou de 38 mortes para 30.