Título: Enfrentar problemas financeiros não é novidade para governadores do Estado
Autor: Tosta, Wilson
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/09/2006, Nacional, p. A9
Há outros problemas. Somente nos últimos cinco anos, a estatal Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) somou R$ 689.702.180,00 em déficits - só no ano passado foram R$ 75.784.468,00 de prejuízo. No mesmo período, a queda dos investimentos da empresa foi contínua. O Rioprevidência, fundo de pensões e aposentadorias do funcionalismo estadual, tem déficit previsto de R$ 2.615.618.442,00 em 2006. E os gastos do Estado com publicidade foram de R$ 85.273.349,00 (despesa liquidada, ou seja, considerada pronta para pagamento) no ano passado, mais R$ 35 milhões reconhecidos no início de 2006, o que elevou o gasto no setor para cerca de R$ 120 milhões. Curiosamente, a dotação inicial do Programa de Trabalho 2355 para o ano passado era de apenas R$ 3 milhões.
O quadro não é novidade. Em abril de 2002, ao assumir em substituição a Anthony Garotinho (então no PSB, hoje no PMDB), a vice petista Benedita da Silva encontrou um Estado em crise. Parou obras, atrasou pagamentos e passou o cargo para Rosinha, em janeiro de 2003, com o pagamento do funcionalismo e da dívida da União em atraso. O próprio Garotinho, ao assumir em 1999, também encontrou uma administração mergulhada em crise financeira - depois do amplo programa de privatizações e ajuste do tucano Marcello Alencar, de 1995 a 1998.
Segundo o secretário de Controle, Flávio Silveira, o déficit orçamentário de R$ 2 bilhões que teria sido deixado por Benedita deve ser reduzido para cifra próxima a R$ 1,3 bilhão e será inscrito na rubrica restos a pagar, no orçamento 2007. Assim, o Estado estará enquadrado na LRF. Os salários dos servidores estaduais estão em dia, garante o Estado.