Título: Novo relógio é 100 mil vezes mais preciso
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Fonte: O Estado de São Paulo, 09/09/2006, Vida&, p. A18

Alguns físicos estão criando uma revolução no universo arcaico dos relógios superprecisos. Um deles, Jim Bergquist, do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos, trabalha em um aparelho que pode ser a peça mais precisa de monitoramento de tempo já criada.

Ele estuda o comportamento de diferentes átomos para medir o tempo. O sistema já é aplicado em parte nos relógios atômicos de césio, usados mundo afora para estabelecer o horário seguido pela humanidade. Mas Bergquist pretende criar um dispositivo para medir a precisão de tais relógios, além de servir na navegação em viagens interplanetárias.

Os relógios mais precisos existentes hoje ganham ou perdem um segundo a cada 70 milhões de anos. O novo amplia esse período para mais de 400 milhões de anos.

Isso porque o núcleo de um átomo de césio oscila entre dois estados físicos quando é bombardeado com microondas em uma freqüência em particular - o tal "tique-taque" dos relógios de hoje. Um segundo, para os físicos, corresponde a 9.192.631.770 de tais tiques.

No novo relógio óptico, o átomo é bombardeado com um raio laser finamente modulado a uma certa freqüência. O tique é 100 mil vezes mais rápido e pode pedir que uma nova definição de segundo seja discutida.

A mudança não deve acontecer já. Bergquist acredita que os cientistas levarão de cinco a dez anos para decidir qual tipo de átomo será usado. Depois, debates políticos internacionais devem se seguir até os governos decidirem se vale a pena descartar seus relógios atômicos atuais e trocá-los por novos.