Título: 'É baixaria contra minha candidatura', reage Serra
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Fonte: O Estado de São Paulo, 16/09/2006, Nacional, p. A5

O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, definiu como 'baixaria' a denúncia de Darci Vedoin e seu filho Luiz Antônio, publicada pela revista IstoÉ. 'O que eu sei', disse Serra ao Jornal Nacional de ontem, 'é que a Polícia Federal deteve gente transportando R$ 1,7 milhão destinado a pagar uma baixaria de campanha que estão fazendo contra minha candidatura.'

Além de Serra, também o candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, reagiu indignado ao saber da denúncia e das prisões de ontem. 'Mais uma vez, o PT ligado ao crime', afirmou em Curitiba. 'Para onde você olha tem um crime, tem o PT metido no crime.'

Para o tucano, 'infelizmente o crime se alastrou por dentro do PT'. Ele lembrou a denúncia de dirigentes petistas pelo procurador-geral da República e citou o indiciamento ou a denúncia de cinco ministros do governo Lula. 'E não aprendem. Está aí de novo, mais um crime', afirmou Alckmin.

O sucessor de Serra no Ministério da Saúde, Barjas Negri, hoje prefeito de Piracicaba (SP), refutou em nota as afirmações de Darci e Luiz Antônio Vedoin. 'Faço questão de deixar claro que o senhor Abel Pereira não operava no Ministério da Saúde e não tinha autorização para falar em meu nome', disse ele, referindo-se a suposto intermediário da quadrilha no ministério. Negri acrescentou ainda em sua defesa (ver íntegra abaixo) que as informações sobre a liberação das emendas apareciam normalmente no sistema Siafi, eram divulgadas pela Voz do Brasil e repassadas ao Fundo Nacional de Saúde e às Câmaras Municipais. 'Portanto, não havia necessidade de intermediações externas', afirmou.

Observou também que até o ofício apresentado na reportagem em que pede o empenho e elaboração do convênio 'é um documento de praxe'.

Procurado para falar sobre o episódio, o suposto intermediário, Abel Pereira, não foi localizado.