Título: Segurança, grande desafio para o segundo mandato
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Fonte: O Estado de São Paulo, 01/01/2007, Nacional, p. A4
Sem ser medida com a precisão dos índices econômicos, a segurança pública também está na lista dos desafios do segundo governo Lula. A história mostra que a integração entre União e Estados se resume, sempre, a uma ajuda financeira emergencial do governo federal quando a situação se agrava em algum Estado. Embora tenha avançado, ainda é precária a troca de informações entre o Ministério da Justiça e as secretarias de segurança dos Estados. A atualização mais rápida de um banco de dados nacional capaz de identificar fontes e autores de crimes é uma das metas para o segundo mandato.
A falta de coordenação entre o governo federal e os estaduais foi desafiada, na semana passada, pelos ataques a ônibus e delegacias no Rio de Janeiro, provocados por grupos do crime organizado, e que causaram mortes e pânico, como já tinha acontecido em São Paulo em maio, julho e agosto de 2006. Nos dois casos, o debate principal dos dois Estados com a União se resumiu à ajuda financeira que poderia ser prestada pelo governo federal.
Um ponto fragilizado é a construção de novos presídios federais para presos de alta periculosidade. Até agora, dois presídios foram inaugurados e outros três serão concluídos pelo governo Lula. Mesmo depois da construção dos presídios, um desafio persistirá sem resposta: como dar agilidade à transferência de detentos para eles, o que é uma responsabilidade dos Estados.
Para o sociólogo Gláucio Soares, do Iuperj, a criação de um Ministério da Segurança Pública ¿indicaria a prioridade dada à área¿. Ele propõe ainda a formação de um Conselho Nacional de Segurança Pública, para discutir uma política unificada, formado por profissionais com experiência no setor. ¿Deixe os políticos e os `companheiros¿ de fora. E os juristas também¿, ironiza Soares.