Título: Lula reassume com promessa de fazer País crescer 5% ao ano
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Fonte: O Estado de São Paulo, 01/01/2007, Nacional, p. A4

Com mais votos, mas também com mais responsabilidades, presidente toma posse pela segunda vez sem ter dado conta das promessas feitas no primeiro governo De olho na meta de fazer o País crescer, Lula cobrará ação conjunta dos ministérios para evitar apagão e consertar estradas Na área social, desafio é ampliar o Bolsa-Família, marca do governo Líderes projetam base sólida no Congresso e prevêem menos problemas para aprovar projetos

O ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, 36º presidente do Brasil, inicia hoje seu segundo mandato com um respaldo maior de votos do que o obtido na eleição de 2002 e também com maiores responsabilidades. Afinal, está reassumindo sem ter dado conta das promessas feitas quatro anos atrás, tais como as reformas política e tributária e o crescimento econômico. Os resultados da economia registrados nos últimos anos foram pífios.

Agora, sem a aura da novidade, longe do alarido das grandes esperanças e com a imagem desgastada pelos sucessivos escândalos que marcaram o primeiro mandato, o maior desafio de Lula será fazer a economia voltar a crescer. Ele mesmo já estabeleceu a meta de 5% para os próximos anos.

Não será fácil cumprir a promessa. Para colocar o País no rumo do crescimento Lula terá de enfrentar desafios em várias áreas - da recuperação da malha viária à construção de novas usinas de energia elétrica, da solução da crise nos aeroportos à aceleração da aprovação de projetos pelo Ministério do Meio Ambiente.

A seu favor o presidente tem a estabilidade econômica, marca das mais festejadas no primeiro mandato, e o início de um processo de melhor distribuição de renda, com a recuperação de parte do valor do salário mínimo e a ampliação do programa Bolsa-Família, hoje com mais de 11 milhões de famílias assistidas. O que se espera agora é que o presidente da República consiga articular as ações de seus ministérios, para que essas famílias consigam obter renda e deixem de ser dependentes do governo, como elas desejam.