Título: Tarcísio Godoy deve ficar no Tesouro Nacional
Autor: Oliveira, Ribamar
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/01/2007, Economia, p. B1

O secretário interino do Tesouro Nacional, Tarcísio Godoy, deverá mesmo ser efetivado no cargo, informam fontes da área econômica. Ele já teria recebido um sinal do ministro da Fazenda, Guido Mantega, cuja permanência no ministério de Luiz Inácio Lula da Silva também é dada como certa.

A opção de Mantega por um funcionário de carreira para chefiar o Tesouro foi, segundo essas fontes, sugestão de Carlos Kawall, que deixou o posto na semana passada.

A avaliação na área econômica é que o Tesouro não precisará mais ter um ¿supersecretário¿, como foi Joaquim Levy, na gestão do ex-ministro Antonio Palocci, porque o governo não vai tentar fazer um superávit primário (economia de gastos para garantir o pagamento dos juros e manter a dívida pública sob controle) acima da meta de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) - como ocorreu no início do primeiro governo Lula.

Segundo essa avaliação, se é para fazer um superávit primário dentro da meta, a própria Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) dá garantias suficientes, que dispensam medidas de força por parte do Tesouro. É ela que determina que seja feito o contingenciamento de gastos, caso as projeções de receitas e despesas apontem para um primário abaixo da meta. Com base na LRF a área econômica já prepara um decreto contingenciando as despesas de custeio no início deste ano.

ANÚNCIO

O ministro Mantega sai de férias hoje sem anunciar o resultado do setor público consolidado (governo federal, estados e municípios) em 2006. Na segunda-feira, ele informou que o superávit primário foi maior que a meta de 4,25% para o ano passado e prometeu que divulgaria os números ontem, mas por meio de sua assessoria informou que não divulgaria os dados.