Título: Presidente fala em desatar nós da economia
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Fonte: O Estado de São Paulo, 02/01/2007, Nacional, p. A4
Ao tomar posse de seu segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu, em discurso no Congresso, ¿pressa, ousadia, coragem e criatividade para abrir novos caminhos¿ para o crescimento econômico. Há quatro anos, no mesmo cenário, Lula anunciou o combate aos dilemas sociais por meio do programa Fome Zero. Ontem, batizou de Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) o pacote de medidas econômicas que pretende anunciar neste mês e prometeu a expansão do crédito ao equivalente a 50% do Produto Interno Bruto (PIB) até o fim de seu governo, em 2010.
¿O Brasil não pode continuar como uma fera presa numa rede de aço invisível,debatendo-se, exaurindo-se, sem enxergar a teia que o aprisiona¿, declarou. ¿É preciso desatar alguns nós decisivos para que o País possa usar a força que tem.¿ O crescimento econômico ¿rápido, durável e duradouro¿, ressaltou, estará atrelado à responsabilidade fiscal. ¿Disso não abriremos mão em hipótese alguma.¿
Lula comprometeu-se com o ¿reforço das linhas mestras da política econômica¿ e com a redução da taxa real de juros - hoje em cerca de 9,5% ao ano. ¿Nenhum país consegue firmar uma política sólida de crescimento se o custo do capital - ou seja, o juro - for mais alto do que a taxa média de retorno dos negócios.¿
O presidente não explicou como pretende comungar expansão da atividade econômica - a partir da elevação dos investimentos públicos e da desoneração do setor privado -, com a preservação dos saldos positivos nas contas fiscais e a responsabilidade fiscal. Preferiu tirar do baú o maior entrave à reforma tributária nos últimos governos: a unificação da legislação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Principal fonte de arrecadação dos Estados, o ICMS está no centro de uma guerra fiscal há anos. Na disputa para atrair investimentos, governadores usam alíquotas como arma - por isso é tão difícil unificá-las.
O presidente também citou como prioridade a informatização das escolas públicas. Colocar computadores na rede de ensino - formada por 332 mil unidades espalhadas pelo País - é outro desafio antigo. Em 2000, no governo FHC, foi criado o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), formado por taxas cobradas das empresas telefônicas. Dos R$ 4,6 bilhões arrecadados até outubro, quase nada foi liberado, por conta da política de contigenciamento orçamentário.
FRASES
Luiz Inácio Lula da Silva Presidente
¿O Brasil não pode continuar como uma fera presa numa rede de aço invisível - debatendo-se, exaurindo-se, sem enxergar a teia que o aprisiona¿
¿É preciso desatar alguns nós decisivos para que o País possa usar a força que tem e avançar em velocidade. Disso não abriremos mão em hipótese alguma¿