Título: PT paulista também pressiona por mais cargos
Autor: Moraes, Marcelo de
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/01/2007, Nacional, p. A7

Para formar sua equipe ministerial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem administrado os inúmeros pleitos regionais de seu próprio partido, o PT.

O partido em São Paulo, por exemplo, deseja o apoio do presidente para quatro postos que considera estratégicos: os ministérios das Cidades e da Educação, além da presidência da Caixa Econômica Federal e a presidência da Câmara dos Deputados. Os três primeiros dependem exclusivamente da caneta de Lula. Mas, para o posto na Câmara, os petistas contam com o apoio decisivo de Lula para emplacar o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Para ocupar um dos ministérios, um nome praticamente certo é o da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. Ela é quem possui maior potencial eleitoral do grupo petista paulista para poder disputar a Prefeitura de São Paulo ou até sonhar com a sucessão de Lula. Além de ter feito uma administração bem avaliada, não foi alcançada por envolvimento em escândalos como outros petistas de São Paulo que teriam força para disputar cargos majoritários. Ontem, ela disse que está disponível para ajudar Lula no segundo mandato do presidente.

José Dirceu foi cassado e se tornou inelegível por conta da CPI dos Correios. Os deputados João Paulo Cunha, José Mentor e José Genoino se elegeram, mas ficaram desgastados pelo mesmo escândalo. O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci também sofreu desgaste após ter ordenado a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. O senador Aloizio Mercadante é investigado pela participação na compra do dossiê Vedoin, que seria usado contra políticos tucanos. Com isso, ocupar um ministério garantirá visibilidade para Marta até as eleições.