Título: Menos de um terço dos convidados vai à cerimônia
Autor: Lopes, Eugênia e Madueño, Denise
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/01/2007, Nacional, p. A9

Menos de um terço dos convidados compareceu ontem ao Congresso para prestigiar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dos 1.300 convites enviados, foi registrada a presença de apenas 400 pessoas nas portarias.

O número de parlamentares na solenidade - em torno de 210, sendo 22 senadores - não alcançou nem mesmo a metade do total dos 594 congressistas.

Em todos os acessos do Congresso, o cerimonial preparou um esquema capaz de atender a todos os convidados, com recepcionistas e identificadores dos códigos de barra dos convites. Os preparativos, porém, superaram em muito a demanda real. A portaria mais próxima do Palácio do Planalto, por exemplo, registrou somente a entrada de 16 convidados.

De acordo com o cerimonial, seis governadores estiveram presentes à solenidade da posse de Lula: Sérgio Cabral Filho (PMDB), do Rio; Cid Gomes (PSB), Ceará; Marcelo Miranda (PMDB), Tocantins; Wellington Dias (PT), Piauí; Binho Marques (PT), Acre; e Waldez Góes (PDT), do Amapá.

VERMELHO POR COINCIDÊNCIA

A falta de convidados terminou obrigando os encarregados do cerimonial a ¿transferir¿ os poucos convidados instalados nas 200 cadeiras do Salão Negro para o plenário, onde o quórum também era baixo. Os assentos ficaram vazios, exceto pela presença da juíza da 10ª Vara Federal Maria de Fátima Pessoa Costa, mulher do advogado-geral da União, Álvaro Costa, e da tetraneta de Tiradentes, Lúcia de Oliveira Menezes.

Vestida de vermelho, com bolsa e sapato na mesma cor, a juíza disse que a aparente homenagem ao PT foi uma coincidência. ¿Eu preparei um traje claro, mas quando começou a chover troquei por outro que estava passado¿, explicou. ¿O vermelho foi coincidência.¿

Aparentemente deslocada no Salão Negro, Fátima disse que não quis acompanhar o marido até as galerias do plenário porque o Salão Negro lhe pareceu ¿mais tranqüilo¿.

PENSÃO

Já a tetraneta de Tiradentes, convidada pela Presidência, deveria ter ido à solenidade no Palácio e não no Congresso. Mesmo assim, sua entrada foi autorizada pelo cerimonial.

Lúcia contou que há dez anos aguarda o governo liberar a pensão de dois salários mínimos que lhe foi concedida em 1996 pelo parentesco com o Mártir da Inconfidência. Segundo ela, o benefício foi concedido pelo governo Fernando Henrique, que também o teria vetado, depois de constatar que ela já recebe uma pensão de seu pai.