Título: Choro inesperado por Montoro
Autor: Marchi, Carlos
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/01/2007, Nacional, p. A12

Amigos costumam dizer que a característica mais inflexível de José Serra é a frieza, em grande parte derivada da experiência política. Mas ontem, ao final de seu discurso, quando citou o ex-governador Franco Montoro - de quem foi secretário de Planejamento - a frieza o abandonou: a voz ficou embargada e Serra chorou. Tomou um gole d'água e concluiu sua fala, mas ao voltar a seu lugar abraçou a mulher, Mônica, visivelmente emocionado.

Não foi só o choro de Serra que não estava no roteiro. Antes, o ¿overbooking¿ de convidados foi notado, todos acalorados pela insuficiência do ar condicionado. Entre eles, o ex-governador Geraldo Alckmin, muito aplaudido.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chegou atrasado e teve de esperar a execução do Hino Nacional para entrar - foi o mais aplaudido. Disse que Serra terá como demonstrar que o PSDB é partido que pode governar com ênfase nas questões de interesse popular. Mais tarde, a jornalistas, enfatizou o respeito à ética e o combate à corrupção. ¿O que vimos em 2006 foi um descalabro: a falta de punição, de sentimento de justiça. Isso tem que ser recuperado para o Brasil. Quem errou deve ser punido.¿

À noite, Serra teve o primeiro compromisso político: jantar no palácio com FHC, o vice Alberto Goldman, o deputado Jutahy Júnior (BA) e o vice-prefeito do Rio, Otávio Leite.