Título: Dilma diz que governo não parou, está 'a pleno vapor'
Autor: Paraguassú, Lisandra
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/01/2007, Nacional, p. A5
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, negou ontem que o governo federal esteja parado neste início de segundo mandato. Em entrevista ao chegar para um almoço num hotel de Brasília, a ministra disse que acusar a atual administração de paralisia é 'uma forma totalmente superficial de tratar a questão' e defendeu os ministros que estão em férias.
'Eu discordo radicalmente disso. O governo está funcionando a pleno vapor. Não sou a única trabalhando. Há vários ministros em atividade', sustentou. Dilma afirmou que é 'absolutamente compreensível' que alguns ministros tenham entrado em férias neste período. 'Este é o momento em que o País tem, inclusive, uma parte dele em férias. Mas o governo está funcionando a todo vapor', disse.
Dilma se reuniu ontem, no almoço, com representantes da Associação Nacional de Jornais (ANJ), aos quais apresentou alguns pontos do Plano de Aceleração de Crescimento, que o governo Lula pretende divulgar até o fim deste mês. A ministra afirmou que o fato de estar ali e ter respondido a várias questões sobre ações federais é uma prova de que o governo está trabalhando.
No entanto, até agora o segundo governo do presidente Lula não conseguiu nem apresentar as propostas e ações prometidas logo depois do segundo turno das eleições. O pacote de crescimento, por exemplo, seria anunciado em dezembro, mas foi adiado. Agora há uma previsão informal de que será divulgado dia 22, mas a data não tem confirmação oficial.
Antes da eleição, Lula dizia que começaria seu eventual segundo mandato três dias depois do segundo turno, realizado em 29 de outubro. O presidente pretendia tomar posse, em 1º de janeiro, já com os novos ministros empossados - dizia-se que pretendia 'embelezar' a foto do ministério. Não só essa reforma não foi feita, como os ministros que hoje estão trabalhando pelo governo não sabem se vão sair ou permanecer no cargo.
Lula também não cumpriu a promessa de chamar a oposição para um encontro, assim como faria com os governadores eleitos ou reeleitos em outubro.
O presidente decidiu tirar dez dias de férias em janeiro no Forte dos Andradas, uma área do Exército no Guarujá (SP), para onde seguiu no fim de semana. Lá, ele não tem tido agenda oficial.
Entre os ministros em férias, um caso exemplar é o de Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento). Ele deixou o gabinete antes do Natal, mas não cumpriu a previsão de voltar na segunda-feira.