Título: Estradas com cobrança têm boa avaliação, diz CNT
Autor: Goy, Leonardo e Marques, Gerusa
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/01/2007, Nacional, p. A7
As estatísticas demonstram que as rodovias pedagiadas - concedidas à iniciativa privada ou administradas pelos Estados - são as que apresentam as melhores condições de tráfego. A Pesquisa Rodoviária 2006, elaborada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), avaliou como 'ruim' ou 'péssimo' o estado geral de 41,4% de mais de 73 mil quilômetros de rodovias não-pedagiadas, tanto as de gestão da União quanto dos Estados. O porcentual de 'ótimo' e 'bom' dessas vias ficou em 16,9%. Já entre as rodovias pedagiadas, a CNT avaliou que apenas 3,9% dos mais de 10 mil quilômetros pesquisados estão 'ruins' ou 'péssimos', enquanto a taxa de 'ótimo' e 'bom' chega a 79,7%.
A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) informou ontem que os 23 melhores trechos de rodovias listados no ranking da CNT em 2006 são pedagiados. Destes, 20 são concedidos a empresas privadas.
Com relação aos custos dos pedágios, a entidade citou um estudo feito em 2005 pela Fundação Instituto de Administração, encomendado pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), que mostra que para cada R$ 1 pago nos pedágios pelos usuários das rodovias concedidas em São Paulo há um retorno de R$ 1,84 para a sociedade.
Esse retorno embutiria alguns benefícios proporcionados pelas melhores condições da pista, como economia de combustível, redução dos custos de transporte de cargas e menor emissão de poluentes, além da diminuição dos acidentes.
A administração pública de rodovias vem sendo constantemente objeto de críticas de transportadores, usuários e do Tribunal de Contas da União (TCU). O ministro Augusto Nardes, responsável pela área de transportes no tribunal, foi um dos principais críticos da operação tapa-buraco, desencadeada pelo governo federal no ano passado. Nardes chegou a dizer que os cerca de R$ 500 milhões aplicados na operação 'foram literalmente jogados na sarjeta', já que muitas das estradas incluídas no programa do governo voltaram rapidamente a apresentar problemas.