Título: No Estado, espera pode chegar a mais de dois meses
Autor: Sant¿Anna, Emilio
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/01/2007, Vida&, p. A15
Há pouco mais de três anos, a estudante de Química Suzane Yumi Inoue, de 24 anos, luta para ter um vida normal. Com apenas 21 anos recebeu o diagnóstico de câncer de colo-retal. Desde então, sua rotina se divide entre a faculdade e os tratamentos médicos. Em 2005, após ter feito o que parecia ser um tratamento bem-sucedido, o tumor reapareceu. Hoje, ela faz quimioterapia oral e espera a chegada do Avastin para derrotar o tumor.
Em dezembro, sua advogada conseguiu uma liminar exigindo que o Estado forneça o remédio, que ainda hoje precisa ser importado, gratuitamente. No próximo mês ela deve começar a usar a droga. Filha de agricultores, em São Roque, interior do Estado, o preço dos medicamentos é um obstáculo a mais. ¿Tive de entrar na Justiça pois não tenho nenhuma condição de pagar¿, diz.
O caso de Suzane não é uma exceção. Sua advogada, Renata Vilhena, revela que desde 2004 atende todas as semanas pacientes em busca do medicamento. ¿Hoje tenho mais de cem casos para o Avastin¿, diz. Ela explica que as ações movidas contra os planos de saúde costumam ser resolvidas mais rapidamente. ¿Mas contra o Estado é mais complicado e burocrático. Pode demorar entre 60 e 90 dias¿, afirma.
Essa é a situação do médico Fernando Gomes de Mello, de 65 anos, denunciada pelo Estado no sábado. Desde 2001 ele luta contra um câncer de pulmão e desde 12 de dezembro aguarda uma definição da secretaria para receber o medicamento. Hoje ele deve tomar a sexta dose do remédio, de um total de 24 aplicações, graças a uma doação de uma pessoa que não quis se identificar.