Título: Futuro líder reunirá bancada
Autor: Domingos, João e Marchi, Carlos
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/01/2007, Nacional, p. A4

O futuro líder do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio, disse ontem ao Estado que convocará uma reunião da nova bancada do partido, na semana que vem, para decidir qual a posição dos tucanos na sucessão da Câmara. Pannunzio, que está em férias em Buenos Aires, afirmou ter recomendado ao atual líder, Jutahy Júnior, que defendesse a tese da proporcionalidade mas evitasse falar em nomes. ¿Nomes levam a conflitos¿, advertiu Pannunzio, como se adivinhasse a torrente de protestos pelo apoio a Chinaglia.

O deputado Nárcio Rodrigues (MG), escolhido para ser o futuro 1º vice-presidente da Câmara, condenou a discordância pública: ¿A discussão aberta é um prejuízo para o partido¿, disse. Ele tentou explicar que Jutahy consultou a bancada e recebeu dela a concordância com a tese da proporcionalidade das bancadas, pacífica no partido.

¿O PSDB não apoiou Chinaglia, apoiou a tese. Chinaglia é que puxou o apoio para ele¿, disse, explicando a tortuosa lógica de Jutahy. Nárcio alegou que o PSDB ¿entrou na negociação na hora certa e, com isso, assegurou espaços para o partido¿. Em e-mail distribuído ontem à bancada, o novato Paulo Renato (SP) afirmou que a consulta de Jutahy não indagou sobre candidatos, mas sobre a tese da proporcionalidade. O líder teria entendido que o desdobramento natural da aprovação à proporcionalidade era o apoio a Chinaglia.

Sem condenar Jutahy, Pannunzio admite que teria feito diferente: ¿Deveríamos anunciar que o partido consagrou a tese da proporcionalidade. E, se amanhã ela contemplar o PT, o partido votaria sem preconceitos¿, observou, em tom de prudência.

O deputado Walter Feldman (SP) afirmou que a decisão da bancada tucana foi a mais acertada. ¿Recebi de Chinaglia a garantia de que todas as decisões da Mesa serão decididas de forma colegiada¿, assegurou.

Deputados contrários à adesão à candidatura Chinaglia esperam a chegada do presidente do PSDB, Tasso Jereissati, em férias na Europa, para discutir se o apoio será mantido ou não. O líder do partido no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), anunciou que pedirá uma reunião de emergência da Executiva Nacional tucana para tratar da questão.