Título: Novo candidato aumenta chance de segundo turno
Autor: Domingos, João
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/01/2007, Nacional, p. A5

A indicação do deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) como candidato alternativo à presidência da Câmara animou os aliados de Aldo Rebelo (PC do B-SP) e causou muita preocupação entre os partidários de Arlindo Chinaglia (PT-SP). Assim que souberam da decisão do tucano, líderes partidários como Rodrigo Maia (PFL-RJ) e Renato Casagrande (PSB-ES) foram conversar com Aldo e traçaram um quadro otimista para a eleição, no próximo dia 1º, pelo qual o segundo turno estaria assegurado.

O próprio presidente da Câmara, no entanto, preferiu desconversar. ¿É secundário se uma terceira via trará conseqüências para beneficiar ou não a minha candidatura ou a de Arlindo Chinaglia¿, comentou Aldo, ao chegar ao Congresso, no início da tarde.

Ele afirmou que todas as candidaturas são legítimas, mas ressaltou que faria julgamentos. ¿Trabalho para ganhar no primeiro turno¿, acrescentou Aldo, ao responder sobre a possibilidade de o lançamento de um terceiro candidato levar a eleição para o segundo turno.

Quanto aos seguidores de Chinaglia, também houve intensa conversação e troca de telefonemas entre os que lideram a campanha, como Ricardo Barros (PP-PR), João Leão (PP-BA), Odair Cunha (PT-MG) e Geraldo Magela (PT-DF). Todos demonstravam muita apreensão com o cenário

PREVISÕES

No atual quadro, dificilmente Chinaglia alcançará os 257 votos - metade mais um dos 513 deputados - necessários para vencer a eleição no primeiro turno. Com isso, quem ganha é Aldo, porque os partidários da candidatura de Fruet, a chamada terceira via, dificilmente votarão no candidato do PT.

De acordo com as contagens feitas pelos defensores das candidaturas (por regra geral, infladas), Chinaglia teria 237 votos, Aldo, 225 e Fruet, 51. Isso se o PSDB, que tem 66 parlamentares na Casa, não mudar o voto anunciado em Chinaglia, pois agora está na disputa.

A decisão tomada na semana passada pelo líder do partido, Jutahy Júnior (BA), de fazer uma consulta por telefone aos deputados eleitos e anunciar o apoio a Chinaglia causou um racha no partido. Com a pressão feita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), Jutahy recuou e anunciou que fará nova consulta, desta vez numa reunião, não por telefone. Agora, enfrentará a nova realidade: os tucanos também vão disputar a presidência da Câmara.

BLOCO

¿Nós vamos para o segundo turno¿, comemorou Renato Casagrande. Em seguida, anunciou que o PSB formará um bloco com o PC do B. Dessa forma, os dois partidos arrancarão das mãos do deputado pernambucano Inocêncio Oliveira (PR, a fusão de PL e Prona) a quarta secretaria, que lhe havia sido prometida por Chinaglia.

Regimentalmente, o cargo caberá ao bloco. ¿Queremos a quarta secretaria e, unidos, vamos ter direito a duas comissões, não apenas a uma¿, avisou Casagrande.