Título: Aldo ataca adversário e cobra debate de idéias
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Fonte: O Estado de São Paulo, 16/01/2007, Nacional, p. A4

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), condenou as negociações de seu adversário Arlindo Chinaglia (PT-SP) para atrair apoios na disputa pela sucessão no comando da Casa. ¿Quando tivermos as idéias de todos os candidatos postas no debate nacional, sobre o que querem para o País, saberemos se a presidência da Câmara dos Deputados tem de compor uma agenda para o País, ou se a presidência da Câmara tem de ser eleita a partir de acordos regionais em torno de Assembléias Legislativas e a partir de composições ou promessas de ministérios. Esta é a diferença fundamental¿, atacou Aldo.

¿Você elege presidente da Câmara a partir desse tipo de prática política ou a partir de idéias, de propostas e de uma agenda para o País?¿, questionou o presidente da Câmara. ¿É isso que está em jogo.¿

Aldo disse acreditar que tem votos suficientes para manter sua candidatura e até ganhar no primeiro turno. ¿Tenho confiança na votação pelos contatos que tenho tido individualmente.¿ Indagado sobre o racha do PSDB no apoio à sua reeleição, Aldo reagiu: ¿O PSDB não rachou por minha causa. Ele tem divergências internas.¿

No campo adversário, a divisão tucana parece não ter atrapalhado o otimismo. O governo e o PT esperam que Aldo desista, nos próximos dias, de sua candidatura. A avaliação é de que Chinaglia tem ampla vantagem, apesar do racha no PSDB por conta do anúncio da adesão à candidatura de Chinaglia, na semana passada, sem ampla consulta à base do partido.

Ontem, o petista foi a Goiás consolidar apoio entre parlamentares goianos e também do Tocantins. Na contabilidade dos coordenadores de sua campanha, dificilmente Chinaglia fica sem a presidência da Câmara. A tropa de choque do líder do governo ainda festeja o apoio do PL e do PP. Este último deve formalizar amanhã a adesão ao nome de Chinaglia.

Na semana passada, mesmo em férias no Guarujá, litoral de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou recado à tropa de choque de Chinaglia. Lula recomendou respeito a Aldo, a quem considera ¿um companheiro leal¿. O presidente trabalha com a hipótese de, em caso de derrota, indicá-lo para um ministério ou mesmo fazer com que seja o líder do governo, invertendo de posição com Chinaglia.