Título: Petista recebe apoio de PL, Prona e PSC
Autor: Madueño, Denise
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/01/2007, Nacional, p. A6

O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) conseguiu ontem o apoio formal de mais três partidos à sua candidatura à presidência da Câmara, aumentando seu favoritismo na disputa com o atual presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B-SP), que busca a reeleição. O PL, o Prona e o PSC reuniram sua bancadas conjuntamente ontem e decidiram aderir a Chinaglia. O placar da votação foi de 27 votos para o petista e 6 para Aldo. Dos 33 deputados que participaram da eleição, 9 se manifestaram enviando declaração de voto. Chinaglia espera ainda receber o apoio do PP e do PTB, que vão reunir suas bancadas amanhã.

Além de votos, com a decisão de PL, PSC e Prona, o presidente da Câmara perdeu um de seus aliados políticos na disputa. O deputado Inocêncio Oliveira (PL-PE), primeiro secretário da Mesa Diretora, que trabalhava para reeleger Aldo, chegou à reunião das bancadas já disposto a mudar de idéia.

¿Chinaglia vai dar para o PL a quarta secretaria da Mesa¿, contou Inocêncio. Ele explicou que a regra da proporcionalidade permitiria que o PL escolhesse apenas a terceira suplência, mas o PT prometeu dar ao partido uma das vagas de titular a que tem direito. A quarta secretaria trata dos apartamentos funcionais e dos gabinetes dos deputados. O suplente substitui os secretários titulares no caso de ausência nas reuniões.

CONTAS

A oferta, no entanto, foi tratada de forma discreta pelo líder do PL na Câmara, Luciano Castro (RR), e negada por Chinaglia durante a entrevista concedida logo depois do anúncio de apoio dos três partidos. ¿Não tem acordo¿, garantiu o candidato petista. ¿Se fosse nessa lógica, não teria cargo para todo mundo, e não tem¿, insistiu.

¿É prematuro dizer que estamos acertados com o PT para ter a quarta secretaria. Estamos fazendo um bloco e teremos direito de fazer a escolha¿, disse Castro. O PL e o Prona aguardam a conclusão do processo de criação do Partido da República, que será resultado da fusão dos dois. O PSC deve se juntar a ele no Congresso, formando um bloco parlamentar.

Nas contas de Castro, o bloco PR-PSC terá 44 deputados em dia 1º de fevereiro, dia da eleição da Mesa da Câmara. Chinaglia já obteve o apoio formal do PMDB e do PSDB, além dos votos de seu partido, o PT.

Ontem, ele disse não temer a articulação do grupo de tucanos que vai tentar reverter o apoio do PSDB a sua candidatura em reunião da bancada, na próxima semana. ¿Não tenho temor nenhum. Respeito as opiniões divergentes, mas estou tranqüilo¿, contou.

Chinaglia negou que, se eleito, vá trabalhar para aprovar a anistia ao deputado cassado José Dirceu (PT-SP), que apóia sua candidatura. Segundo ele, quem decide uma questão como essa é o plenário da Casa.

No entanto, o candidato petista considerou um dever da Câmara votar qualquer projeto de iniciativa popular. Dirceu foi cassado em 2005 depois de ter sido acusado de comandar o esquema de mensalão. Agora, ele quer apresentar um projeto de iniciativa popular propondo sua anistia política.