Título: Em dia de baixas, Chinaglia comemora adesão de PTB e PP à sua candidatura
Autor: Scinocca, Ana Paula
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/01/2007, Nacional, p. A6

O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) recebeu ontem o apoio do PTB e do PP na eleição à presidência da Câmara. Os dois partidos tiveram reuniões para tomar posição sobre a disputa.

No PTB, Chinaglia obteve 19 votos e o atual presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B-SP), 3. Houve 1 voto em branco e 1 petebista faltou à reunião.

No PP, o placar não foi tão favorável: dos 41 deputados eleitos, 22 preferem o petista, considerando 7 declarações de voto que foram enviadas por escrito, 9 votaram em Aldo e 2 no recém-lançado Gustavo Fruet (PSDB-PR). Houve 1 voto em branco.

'O fato principal de hoje é o apoio de duas grandes bancadas', disse Chinaglia, depois, amenizando a perda de votos no PSDB com o lançamento da candidatura de Fruet. 'Eu quero comemorar.' O petista já tem o apoio de PT, PMDB e PL.

O placar no PP surpreendeu aliados de Chinaglia, que esperavam mais votos, e animou os que apóiam Aldo. 'O resultado foi bom. Eles diziam que tinham 35 votos. Botamos água no chope deles', disse Ciro Nogueira (PP-PI), um dos coordenadores da campanha de Aldo. 'Mais uma vez ficou provado que o partido não atingiu a maioria. Só 15 votaram com eles. Cabe a nós revertermos esses votos', prosseguiu, desconsiderando as sete declarações por escrito enviadas à reunião da bancada.

O próprio Aldo minimizou o apoio dos partidos ao rival do PT. 'Isso confirma que Arlindo Chinaglia tem votos nos dois partidos e eu também tenho voto nos dois, e demonstra que a eleição será decidida em 1º de fevereiro', ressaltou.

No dia seguinte à entrada de Fruet na disputa, aliados de Aldo e Chinaglia fizeram reuniões para avaliar seu impacto. De manhã, a coordenação da candidatura do petista concluiu que ele perderá apoio de 15 deputados tucanos. O número de votos esperado na bancada do PSDB caiu de 35 para 20.

Os aliados de Chinaglia avaliaram que a entrada de Fruet na disputa não resultará em alteração significativa de seus votos. Para eles, a candidatura do tucano não é uma alternativa viável, porque ele não tem trânsito no baixo clero nem é de partido da base aliada, condições que Severino Cavalcanti reunia quando venceu a disputa em 2005, derrotando dois petistas.

Aldo e aliados consideraram que a candidatura de Fruet os fortalece, pois impôs um prejuízo a Chinaglia que dificilmente será recuperado. Se o petista perdeu votos de oposicionistas, Aldo recebeu ontem a garantia do líder Rodrigo Maia (RJ) de que seu PFL continua a apoiá-lo, mesmo com o lançamento de um candidato da oposição.