Título: Por aclamação, PSDB decide apoiar Fruet
Autor: Leal, Luciana Nunes
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/01/2007, Nacional, p. A8

Com a ausência de 13 dos 64 deputados eleitos e reeleitos, o PSDB decidiu ontem por aclamação apoiar a candidatura do tucano Gustavo Fruet (PR) à presidência da Casa e enterrar a aliança com o petista Arlindo Chinaglia (SP) anunciada há duas semanas. Em discurso, Fruet procurou marcar a condição de oposicionista e a diferença com os dois adversários, os governistas Chinaglia e Aldo Rebelo (PC do B-SP). ¿Eles são governo, eu sou a Câmara¿, afirmou.

Indiretamente, Fruet associou os dois candidatos a parlamentares envolvidos nos escândalos do governo Lula. ¿Não tem meio-termo. De um lado, estão os que defendem a discussão de quem é mais leal ao governo, mas permitiram a exposição mais negativa da história recente da Câmara dos Deputados.¿ O tucano resumiu suas prioridades: ¿Eles só querem discutir o aumento do salário, nós queremos discutir medidas provisórias, Orçamento, reforma política, reforma tributária, voto aberto.¿

Para garantir um cargo na Mesa Diretora, já que a vitória de Fruet é muito difícil, o PSDB decidiu apoiá-lo, mas não lançá-lo como candidato do partido. Ele será registrado como candidato avulso, o que é permitido pelo regimento interno. Com isso, o PSDB espera indicar um tucano para a primeira vice-presidência. O nome escolhido é o do mineiro Nárcio Gomes, a quem o petista Chinaglia tinha prometido o mesmo cargo na Mesa, em troca do apoio do PSDB.

Durante a reunião, os tucanos elegeram Antônio Carlos Pannunzio (SP) novo líder da bancada, em substituição a Jutahy Júnior (BA), um dos articuladores do apoio a Chinaglia. Com o desgaste de Jutahy depois do fortalecimento da candidatura de Fruet, os tucanos anteciparam a troca do líder, que deveria ser feita no início da nova legislatura.