Título: 'Eles tentaram paralisar o país, mas fracassaram'
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/01/2007, Internacional, p. A10

Líder do Partido Nacional Liberal, pró-governo e um dos mais duros críticos da Síria e do Hezbollah, o político cristão libanês Dory Chamoun falou ao Estado, por telefone, sobre ¿a tentativa frustrada do Hezbollah de paralisar o país¿.

O sr. acredita que os acontecimentos de hoje (ontem) mostram que o Hezbollah está mais forte?

De jeito nenhum. A tentativa do Hezbollah não saiu como eles esperavam. Eles tentaram paralisar o país, mas fracassaram, porque apenas algumas regiões foram atingidas.

O Hezbollah e seus aliados devem agir novamente amanhã?

É bem provável. Mas irão falhar de novo porque a maioria da população não os apóia.

Eles podem tentar dar um golpe de Estado?

Com sua milícia, eles poderiam, sim, tentar derrubar o governo. São capazes inclusive de planejar a morte do (premiê Fuad) Siniora. Mas não sei se chegariam a tal ponto.

Três pessoas morreram em Beirute. Há uma escalada de violência?

As imagens que vocês vêem exageram a situação. Há algumas regiões com problemas, mas há outras que continuam tranqüilas. Não é como se o Hezbollah tivesse tomado a cidade.

Por que algo que era para ser uma manifestação pacífica se transformou num campo de batalha?

O problema foi que as forças de segurança demoraram muito a agir. Se tivessem reagido logo no início, as ruas não teriam de ser fechadas e muitos dos problemas seriam evitados.

Em contrapartida à convocação de greve feita pelo Hezbollah, seu partido pediu que a população trabalhasse uma hora extra hoje (ontem). O pedido foi atendido?

A idéia do ¿Dia Nacional do Trabalho¿ era demonstrar apoio à reconstrução econômica do país. Muitos trabalhadores tentaram chegar ao trabalho e aderir ao nosso ato, mas foram impedidos pela confusão causada pelo Hezbollah.